PRESERVAR É NOSSO DEVER

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MESTRE EM ENGENHARIA URBANA E AMBIENTAL NA ÁREA DE SANEAMENTO AMBIENTAL PELA UFPB, ESPECIALISTA EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL,QUÍMICA INDUSTRIAL E LICENCIADA EM QUÍMICA PROFESSORA DA SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DO ESTADO DA PARAÍBA DA DISCIPLINA QUÍMICA.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

ENTENDA O CONCEITO DE SUSTENTABILIDADE

Sustentabilidade é um conceito sistêmico, relacionado com a continuidade dos aspectos econômicos, sociais, culturais e ambientais da sociedade. Nos dicionários estará definido como a capacidade de ser sustentável. Através desses conceitos é possível entender que sustentabilidade é a capacidade de um indivíduo, ou grupos de indivíduos ou empresas e aglomerados produtivos em geral, têm de manterem-se inseridos num determinado ambiente, sem contudo, causar impactos ao meio que estejam fazendo parte, ou seja, a capacidade de utilizar os recursos naturais e de alguma forma devolvê-los ao planeta através de práticas e técnicas desenvolvidas com esse objetivo. Tornou-se comum ouvirmos constantemente essa palavra, pois afinal todos almejam viver de maneira sustentável, sendo capazes de um planejamento para um futuro melhor onde é preciso conhecer a diferença entre Crescer e desenvolver.
Para a sustentabilidade existem entre economistas três posições sobre seu possível sentido científico: a convencional, a ecológica e a busca de uma terceira via.
A primeira, que permanece dominante, além de largamente majoritária, a recuperação começaria a sobrepujar a degradação ambiental quando a renda per capita de um país estivesse ao redor de U$ 20 mil. A partir desse patamar de desempenho econômico, passaria a haver mais melhorias ambientais que deteriorações, como ocorrido nas fases anteriores. Por isso, o melhor caminho para se conseguir sustentabilidade seria maximizar o crescimento econômico por toda a parte. Os formuladores dessa tese - G.M. Grossman e A.B. Krueger a chamaram de “Curva de Kuznets Ambiental” devido à sua notável semelhança com a hipótese sobre a distribuição de renda lançada por Simon Kuznets em 1954, que exigiu quatro décadas para que fosse esquecida.
Do lado oposto, a anterior emergência da economia ecológica se apoiara na idéia de que só pode haver sustentabilidade naquela condição erroneamente denominada pelos clássicos de “estacionária”. Um regime no qual a qualidade de vida de uma sociedade segue melhorando sem que isso continue a exigir significativo aumento físico de seu subsistema econômico. Para os economistas ecológicos, as nações que já atingiram altos níveis de desenvolvimento deveriam começar a planejar uma transição para esse modo mais avançado de prosperidade. E simultaneamente contribuir, é claro, para que os países que ainda precisarão crescer possam fazê-lo com estilos ambientalmente menos agressivos. O mais importante formulador dessa tese - Herman E. Daly que enfatiza a semelhança com o conceito termodinâmico.
Por uma boa parte dos poucos economistas que não concordarem com as questões lançou-se à procura de uma terceira via. Basicamente por considerarem que a posição ecológica é impraticável, e que a convencional é inconsistente com as grandes questões ambientais globais, bastando lembrar a ruptura climática. Apostam, então, em progressiva reconfiguração do processo produtivo na qual a oferta de bens e serviços tenderia a ganhar em eco-eficiência: desmaterializando-se e ficando cada vez menos intensiva em energia. A economia poderia assim continuar a crescer sem que limites ecológicos fossem rompidos, ou recursos naturais viessem a se esgotar.
Esse raciocínio, que tem sido chamado de “descasamento” (decoupling), em analogia a outro conceito da física cosmológica - é a essência das abordagens que tentam evitar o dilema do crescimento, por um caminho do meio entre o otimismo panglossiano dos convencionais e o circunspecto pessimismo dos ecológicos. E era essa terceira postura a que parecia estar ganhando mais terreno, com inestimável apoio do Banco Mundial, até que no início de Abril o panorama fosse radicalmente alterado pelo lançamento de um relatório que certamente aumentará o poder persuasivo da segunda tese: “Prosperity without growth? – The transition to a sustainable economy”, elaborado por Tim Jackson para a Comissão de Desenvolvimento Sustentável do governo britânico. O relatório mostra que ganhos de eficiência não reduzem escalas. Mesmo fortes quedas da intensidade ecológica por unidade de produto - “descasamentos” relativos – não levam a reduções absolutas do consumo. Ao contrário, o mais comum é que sejam acompanhadas de aumentos, porque o emprego de poupança obtida pela redução da intensidade tende a elevar seu consumo por novos investimentos em outras atividades. Um efeito chamado de “ricochete” (“rebound effect”), principalmente em economia da energia.
Não há como escapar, portanto, do dilema do crescimento. E seu debate exigirá rompimento mental com uma macroeconomia inteiramente centrada no ininterrupto aumento do consumo, em vez de um keynesianismo pretensamente esverdeado por propostas de eco-eficiência. Algo que jamais poderá deter o aumento da pressão sobre os recursos naturais.
O atual modelo de crescimento econômico gerou enormes desequilíbrios; pois por um lado, nunca houve tanta riqueza e fartura no mundo, por outro lado, a miséria, os impactos e degradações ambientais aumentam constantemente. Diante dessas constatações surge o desenvolvimento sustentável, que preocupa-se com a geração de riquezas sim, mas tem o objetivo de distribuí-las, em melhor qualidade de vida de toda população, buscando conciliar o crescimento econômico com a preservação ambiental e ainda, ao fim da pobreza do mundo, para ser alcançado, o desenvolvimento sustentável depende de planejamento e do reconhecimento de que os recursos naturais são finitos. Esse conceito representou uma nova forma de crescimento econômico, que leva em conta o meio ambiente. Segundo Mendes (2008) o crescimento sustentável não conduz automaticamente à igualdade nem à justiça sociais, pois não leva em consideração o aspecto de qualidade de vida, e sim exclusivamente ao acúmulo de riquezas, que se faz nas mãos apenas de alguns indivíduos da população.

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