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MESTRE EM ENGENHARIA URBANA E AMBIENTAL NA ÁREA DE SANEAMENTO AMBIENTAL PELA UFPB, ESPECIALISTA EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL,QUÍMICA INDUSTRIAL E LICENCIADA EM QUÍMICA PROFESSORA DA SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DO ESTADO DA PARAÍBA DA DISCIPLINA QUÍMICA.

sábado, 1 de agosto de 2009

Efeito estufa e aquecimento global

De: ... colaboradores




Imagem: Folha Uol

Efeito estufa e aquecimento global
Felipe A. P. L. Costa
24/09/2007

Em 1957, a revista sueca Tellus publicou um artigo que incorporou de vez na agenda científica o estudo do aquecimento global. Nesse trabalho notável, o geólogo norte-americano Roger Revelle (1909-1991) e o físico-químico austríaco Hans Suess (1909-1993) revelaram que os oceanos não eram um pronto-escoadouro para o excesso de dióxido de carbono (CO2) liberado na atmosfera, estabelecendo, assim, uma conexão entre as emissões que resultavam das atividades humanas e a possibilidade de alterações na composição química da atmosfera terrestre.

A conclusão dos autores não poderia ser mais preocupante: se os oceanos não estão absorvendo prontamente o excesso de CO2 antropogênico, a emissão continuada – como, aliás, vem ocorrendo desde então – deverá resultar em um gradativo acúmulo desse gás na atmosfera. Sabendo que o dióxido de carbono é um gás-estufa, um aumento em sua concentração deve intensificar o efeito estufa já exercido pela atmosfera, o que implicaria uma elevação da temperatura média da superfície do planeta. A esse último fenômeno damos o nome de aquecimento global.

Efeito estufa e aquecimento global são termos relacionados, mas não são sinônimos nem deveriam ser confundidos entre si. Efeito estufa é um fenômeno natural, observado em todos os planetas do sistema solar cuja superfície é coberta por uma camada permanente de gases (atmosfera). A composição química da atmosfera, notadamente a concentração de CO2, tem papel decisivo na intensidade do efeito estufa, sendo, contudo, variável de um planeta para outro. O dióxido de carbono é um gás transparente à luz do Sol, mas é capaz de reter o calor (radiação infravermelha) liberado pela superfície terrestre. Assim, quanto maior o teor de CO2, mais intenso deverá ser o efeito estufa exercido pela atmosfera terrestre, o que significa que a temperatura da superfície do planeta será mais elevada. Como a presença de CO2 acentua o efeito estufa, dizemos que ele é um gás-estufa.

A atmosfera de Vênus, por exemplo, é formada essencialmente por dióxido de carbono (96%), o que ajuda a explicar o intenso efeito estufa que resulta em temperaturas de superfície sempre tão elevadas (acima de 350°C). No caso da Terra, ocorre o seguinte: de toda a energia do Sol que atinge o planeta, cerca de 30% são imediatamente refletidos de volta ao espaço, outros 20% são absorvidos por elementos da atmosfera (principalmente moléculas de água) e os 50% restantes alcançam a superfície do planeta (terra firme e oceanos). Desses 50%, uma parte é absorvida e outra é refletida de volta à atmosfera. A maior parte da radiação refletida pela superfície do planeta é absorvida pela atmosfera ou é re-refletida de volta à superfície; apenas uma pequena fração escapa para o espaço. O efeito líquido desse ziguezague da radiação é o aquecimento da atmosfera e da superfície do planeta – daí o nome efeito estufa.

O aquecimento global é a intensificação do efeito estufa, e sua origem estaria relacionada com as emissões de gases-estufa promovidas por atividades humanas ao longo dos últimos 250 anos. Ao contrário do que se imaginava 50 anos atrás, sabemos agora que as emissões antropogênicas podem alterar – de fato, já estão alterando – a composição química da atmosfera. Com isso, mudaremos também seu comportamento, como a capacidade de reter ou refletir radiação. Em resumo, podemos dizer que o processo de aquecimento global é resultado de uma intensificação de origem antropogênica de um mecanismo natural chamado efeito estufa.

Felipe A. P. L. Costa é biólogo meiterer@hotmail.com, autor de Ecologia, evolução & o valor das pequenas coisas (2003) e A curva de Keeling e outros processos invisíveis que afetam a vida na Terra (2006). Versão completa deste artigo, intitulada “Primórdios do aquecimento global”, está na edição de junho (No. 238) da revista Ciência Hoje http://cienciahoje.uol.com.br.

Um comentário:

  1. Alfredo Henrique Alves19 de maio de 2010 às 05:01

    Saudações a todos os leitores,

    Por meio deste texto ao qual me dirijo a vocês, gostaria de fazer algumas considerações que me deixa indignado e desanimado, relacionados às questões de problemas ambientais principalmente o caso do efeito estufa.
    Há vários anos trabalho em indústria e sendo eu técnico em química, me senti na obrigação de contribuir para que o setor industrial, tido como grande vilão na questão das emissões de gases de efeito estufa (aquelas que se usam de BPF e Xisto em caldeiras, fornos ou maçaricos) reduzisse esse impacto. Dediquei vários anos de minha vida em pesquisa de uma forma de combustível que fosse menos poluente.
    Após desenvolver um óleo natural feito a base de triglicerídeos animais e vegetais, notei que quando se trata da proteção do meio ambiente muito se fala e pouco se faz. O setor industrial brasileiro não se importa tanto com nosso planeta como se tem noticiado. As empresas mesmo sabendo que não há alterações no custo x benefício e em equipamentos, para o uso de biocombustíveis, não fazem questão de usá-los ou pelo menos experimentarem (claro que existem algumas exceções).
    Além disso, também posso citar a questão de que por alguma razão o nosso governo, ou órgão do meio ambiente são de difícil acesso para este tipo de projeto.
    Anos atrás, nosso país sofreu uma crise no mercado de subprodutos bovino. O sebo bovino nessa época chegou a custar R$ 0,20 o kilograma, sendo usado para queima em caldeiras e maçaricos de secagem de massa asfáltica. Sendo feito um estudo sobre essa prática e mostrando que ela contribuía significativamente para a redução de emissões de gases de efeito estufa. Porém ele se mostrava um pouco falha quanto ao desempenho quando comparado a produtos de origem fóssil. Mas como o sebo é uma matéria prima importante no setor de higiene e limpeza e agora na produção de biodiesel, seu uso in natura para queima industrial ficou inviável devido as suas oscilações de preço.
    Partindo de que algumas indústrias tinham grande interesse em utilizar biocombustíveis, pesquisei durante anos um combustível renovável que se equiparasse em custo x beneficio aos concorrentes de origem fóssil. Sabendo que os combustíveis fósseis geram uma grande quantidade de dióxido de enxofre (SO2), responsável direto pelas chuvas ácidas e monóxido de carbono (CO) que é um gás extremamente tóxico para a saúde humana, além de particulados que impregnam o solo, o lençol freático e até mesmo as coberturas vegetais próximas, fico sem compreender a resistência que encontro ao tentar apresentar minha pesquisa a indústrias. O biocombustível por mim desenvolvido apresenta em sua composição 18% de oxigênio (O2) 12% de hidrogênio (H2) 69,95% de carbono (C). Segundo laudo do IPT ( Instituto de Pesquisa e Tecnologia) esse biocombustível por ser oxigenado decompõe-se durante sua queima apenas em vapor de água (H2O) e dióxido de carbono (CO2), sendo o último fixado pelas plantas que são cultivadas para a sua produção, durante seu crescimento pela fotossíntese, mostra que ele apresenta balanço nulo quanto ao aumento de CO2 na atmosfera.
    Para finalizar gostaria de lhe dizer que me encontro extremamente desanimado por perceber que nem todo mundo se preocupa com a saúde de nosso planeta. Gostaria de contar com o apoio de todos que chegarem a ler esta carta para divulgar essa alternativa de energia.
    Obrigado pela sua atenção.
    Henrique Alves
    Obs.: Para qualquer esclarecimento ou dúvida entre em contato pelo henriquealvesgerdes@gmail.com

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